En.fim
Deu no jornal. O mundo vai acabar.
Com pompa e circunstânica, a autoridade competente pede calma. O câmera treme.
As ruas já estão vazias, sem o som angustiante de antes. Buzinas, gritos, sirenes e tiros compunham sinistra sinfonia.
Os canais saem do ar. Voltaremos em breve, diz o letreiro um tanto otimista. Saio. Não levo chave. Nos ouvidos, Jimi Hendrix.
O frio percorre meu corpo. Acendo um cigarro. No horizonte, a fumaça se entrelaça com nuvens e estrelas. Os sinos da igreja se fazem lembrar.
Sem rumo, sei bem onde quero chegar. As horas não fazem mais sentido. Enfim, a existência ganha o seu. Sombrio, clareia os pensamentos.
Ao que parece, todos se foram. Explusos pelo medo, não fazem jus à racionalidade com que foram brindados. Fogem da morte, já mortos.
Emolduradas pela ofegante luz dos postes, residências arrombadas e lojas saqueadas jazem solitárias. Os carros, abandonados, continuam engarrafados.
Ando de encontro à lua cheia, em parte escondida pela curvatura. Imponente, observa de camarote o momento que passamos a vida esperando e por toda eternidade tememos.
Não sei quantos minutos me restam. Por mais que sejam poucos, são muitos. Mas os segundos que faltam mal completam um minuto.
É chegada a hora. Como se pincelado, o céu muda de cor. Lembra um dia nascendo.
Com pompa e circunstânica, a autoridade competente pede calma. O câmera treme.
As ruas já estão vazias, sem o som angustiante de antes. Buzinas, gritos, sirenes e tiros compunham sinistra sinfonia.
Os canais saem do ar. Voltaremos em breve, diz o letreiro um tanto otimista. Saio. Não levo chave. Nos ouvidos, Jimi Hendrix.
O frio percorre meu corpo. Acendo um cigarro. No horizonte, a fumaça se entrelaça com nuvens e estrelas. Os sinos da igreja se fazem lembrar.
Sem rumo, sei bem onde quero chegar. As horas não fazem mais sentido. Enfim, a existência ganha o seu. Sombrio, clareia os pensamentos.
Ao que parece, todos se foram. Explusos pelo medo, não fazem jus à racionalidade com que foram brindados. Fogem da morte, já mortos.
Emolduradas pela ofegante luz dos postes, residências arrombadas e lojas saqueadas jazem solitárias. Os carros, abandonados, continuam engarrafados.
Ando de encontro à lua cheia, em parte escondida pela curvatura. Imponente, observa de camarote o momento que passamos a vida esperando e por toda eternidade tememos.
Não sei quantos minutos me restam. Por mais que sejam poucos, são muitos. Mas os segundos que faltam mal completam um minuto.
É chegada a hora. Como se pincelado, o céu muda de cor. Lembra um dia nascendo.